Dia-à-dia, o jovem actor,
Que as suas ideias era capaz de propor,
Lutava pela sua vida que era a arte
E fazia de si parte.
Lá no palco, sob as luzes encantadoras,
O jovem actor actuava para as musas devoradoras.
Cruéis criaturas sem coração,
Que dariam tudo pela sua mão.
Peça a peça, acto a acto,
E logo de seguida mais um contracto,
O jovem actor, triste, lutava
Por uma vida que um dia disse que amava.
Sentado no café com cigarro na boca,
Olhando o cinzeiro apagado,
O jovem actor se foca
E procura por si mais um bocado.
Olhando o horizonte desatento,
Enquanto as ondas desenrolam ao som do vento
O jovem actor saboreia o ar,
Como a pequena e jovem menina do mar.
Projector na face, texto na mente,
Sem por um dia poder estar doente,
Palavra a palavra, ele falava
O jovem actor que lutava.